O Coordenador Geral de Tecnologias da Informação e das Comunicações da Universidade de Buenos Aires, Ernesto Chinkes, é pela terceira vez presidente do Comitê de Programa da Conferência TICAL, que chegará à sua quinta edição entre os dias 6 e 8 de julho, em Viña del Mar, no Chile. Com esta entrevista, continuamos nossa série “Cinco perguntas para”, na qual descobriremos a importância dada à Conferência por aqueles que foram seus protagonistas nos últimos anos.
Olá, Ernesto! Conte-nos um pouco sobre você e sobre sua formação.
Olá! Sou Ernesto Chinkes, licenciado em Sistemas de Informação das Organizações da Universidade de Buenos Aires. Atualmente, nesta carreira, sou professor associado a cargo de duas cátedras (Sistema de Dados e Inteligência de Negócios), exercendo ininterruptamente a docência universitária há 20 anos. Nesse âmbito também trabalhei em pesquisa e publiquei três livros. Profissionalmente, faz mais de 25 anos que venho trabalhando em Consultoria, Direção de Projetos e de Áreas de TI. No ano 2000 tive a oportunidade de começar a dirigir projetos de TIC no âmbito da Universidade de Buenos Aires e em 2009 criamos a Coordenação Geral de Tecnologias da Informação e das Comunicações, sendo eu o responsável por ela até os dias de hoje.
Qual foi seu primeiro contato com as redes avançadas e como você avalia o desenvolvimento delas desde então?
Foi em 2002 que escutei pela primeira vez sobre estas redes, mas comecei a conhecê-las melhor somente em 2010, quando passei a ter contato direto com InnovaRED (administradora da Rede Avançada Argentina) para avaliar a largura de banda que minha universidade necessitava contratar. No ano seguinte participei de TICAL2011 e foi aí que realmente me aproximei da rede em nível regional e tomei conhecimento dos avanços em seu desenvolvimento. A partir daquele momento, minha impressão é que a rede argentina vem crescendo de forma significativa, não somente pelo aumento na largura da banda e em seu alcance, mas também pelas distintas estratégias que fomentam seu uso. Atualmente é uma rede com um grande potencial e precisamos ter a inteligência para aproveitá-la ao máximo e fortalecer as estratégias acadêmicas e de pesquisa, já que as redes avançadas podem oferecer aos distintos atores da comunidade universitária (pesquisadores, docentes, alunos, etc.) possibilidades de trabalho colaborativo sem limites geográficos, além do compartilhamento e exploração de grandes volumes de dados, acesso a ferramentas em forma remota e outras oportunidades que potencializem as possibilidades e capacidades já existentes nas instituições.
Nesse contexto, qual é a importância de TICAL para o desenvolvimento das redes e dos profissionais na área de TIC?
A Conferência gerou e ocupou um espaço que, no meu modo de ver, cumpre um papel de extrema significância para aproveitar todo o potencial que as redes têm para oferecer ao mundo acadêmico e científico. Neste âmbito, nós que somos responsáveis pelas TIC nas instituições de educação superior da região temos a oportunidade de conhecer quais experiências estão sendo realizadas pelas demais universidades em matéria de tecnologias da informação e de comunicações e, portanto, também em relação às redes avançadas. TICAL também permite que nos relacionemos com nossos parceiros, com a possibilidade de gerar projetos conjuntos, assim como estabelecer redes de contato que sejam um apoio substancial para trabalhar em muitas dessas iniciativas.
Você está fazendo parte do Comitê de Programa da Conferência pela quarta vez e pela terceira é o presidente do mesmo. Sua participação em TICAL é muito ativa e relevante. Que lições você tirou das distintas experiências?
Quando escuto essa pergunta, vem à minha memória uma infinidade de momentos vividos que contribuíram para meu crescimento profissional e humano. É por isso que essa pergunta não somente faz trabalhar minha memória como também um conjunto de sensações. TICAL é uma instância inesquecível e tive a sorte de participar de seu crescimento e evolução. No entanto, poderia dizer que todas as edições tiveram para mim um mesmo denominador comum: depois de TICAL, o Ernesto que retornava a Argentina era um Ernesto diferente. Alguém com mais ideias e projetos, alguém que se sentia parte de uma comunidade com problemáticas e desafios comuns, alguém que cresceu depois de compartilhar culturas e realidades diversas, alguém motivado e cheio de entusiasmo... enfim, alguém melhor.
Ter participado das quatro edições anteriores me permite ter, hoje, uma grande quantidade de amigos e colegas distribuídos pelas distintas instituições da América Latina. Pessoas com as quais sei que posso contar. Por outro lado, também possuo um “reservatório” de experiências e projetos ao qual posso recorrer quando necessário.
Pessoal e profissionalmente, quais são suas expectativas para TICAL2015? E porque os argentinos devem participar?
Minhas expectativas são altíssimas! TICAL tem a virtude de evoluir ano após anos e é por isso que estou convencido de que a edição 2015, em Viña del Mar, vai superar a edição anterior. Sei que isso implica atingir um padrão altíssimo, mas TICAL é uma construção coletiva que vem se consolidando e que hoje conta com toda uma comunidade comprometida e que apoia a iniciativa. Nesse sentido, todos aqueles que se somam contribuirão para potencializá-la ainda mais. Por agora, espero que recebamos um grande número de trabalhos para as convocatórias abertas, cujo prazo termina em abril. Este ano também incorporamos uma nova convocatória para fomentar os projetos colaborativos entre as instituições. Na TICAL, os principais atores são os participantes e é por isso que esses trabalhos são o combustível principal para o sucesso do evento. Também espero um grande número de participantes, não pelos números em si, mas pelo que isso pode trazer em relação à representação dos países e à riqueza profissional. Por último, espero que tenhamos novamente o apoio de empresas líderes do setor e que mantenhamos o alto nível das conferências por parte dos expositores convidados.