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Javier Martínez, diretor executivo de InnovaRed: "Estamos trabalhando fortemente junto ao MINCyT na convocatória TICAL2015 de jovens empreendedores"

Javier Martínez

Ocupando há sete anos o cargo de Chefe Técnico de InnovaRed, Javier Martínez assumiu a apenas seis meses um novo desafio: comandar a rede acadêmica argentina como seu diretor executivo. Martínez também desempenhou importantes funções na Comissão Técnica de RedCLARA, potencializando o desenvolvimento da colaboração em e-Ciência da Argentina e dos países latino-americanos. Nesta entrevista concedida à RedCLARA, Martínez explica a importância da participação nacional na rede regional, na Conferência TICAL2015 e comenta os avanços conduzidos em InnovaRed.

 

A InnovaRed tem apoiado intensa e decididamente a comunidade TICAL e o desenvolvimento de suas conferências. De que modo a rede está trabalhando a participação argentina na edição 2015, que será realizada em Viña del Mar, no Chile, entre os dias 6 e 8 de julho?

Estamos trabalhando fortemente junto ao MINCyT na convocatória de jovens empreendedores. O Ministério apoia iniciativas muito criativas e que requerem divulgação. Hoje, estamos definindo o tribunal que fará a convocatória e avaliará os trabalhos apresentados.

Na convocatória anterior apoiamos a Maximiliano Picón, com seu trabalho “Rede de meios para docentes e estudantes de Jornalismo”. É importante para nós que os jovens mostrem o que estão fazendo, porque é necessário abrir novos horizontes e oportunidades, criando as condições necessárias para que estes projetos se cristalizem.

Com respeito à convocatória de autores, nos interessa que aquelas instituições conectadas às redes avançadas possam apresentar suas experiências, mostrar seus trabalhos e avanços conquistados na área de comunicações e a colaboração com outras instituições, sempre dentro dos eixos temáticos propostos por TICAL.

O doutor Alejandro Ceccatto, secretário de articulação científico-tecnológica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva (MINCyT), lidera o programa de e-Ciência que está levando a rede de Internet avançada de InnovaRed a todas as instituições científicas e educativas do país. Como vocês estão estruturando este trabalho e em que se fundamenta a necessidade de capilarizar ainda mais o alcance de InnovaRed?

Na visão da Secretaria, a ciência para os próximos anos substituirá os múltiplos laboratórios pertencentes a cada grupo de pesquisa por grandes equipamentos compartilhados por todo o sistema, fortemente comunicados a uma rede científica. Eles gerarão bases de dados gigantescas que os pesquisadores explorarão em busca dos dados necessários para comprovar, ou não, sua tese.

Com esta visão, trabalhamos para conseguir uma troncal que permita o transporte de grandes volumes de dados científicos e que seja o primeiro passo dessa rede da qual, inexoravelmente, necessita o sistema científico.

Também estamos promovendo a colaboração baseada em TICs nas comunidades científicas com o Sistema Nacional de Microscopia e as comunidades de Genômica e de Astronomia, por exemplo. Além disso, estamos desenvolvendo um protótipo de serviços de e-Saúde; tudo isso compartilhando recursos e entregando uma base de infraestrutura de TICs que lhes permita incorporar esta tecnologia a suas pesquisas no mesmo nível de seus pares pelo mundo.

Esta colaboração transcendental a nível nacional é ainda mais forte quando contemplamos a conectividade internacional que permite que esta se estenda a qualquer ponto do planeta.

Quais são as áreas que até hoje foram vistas como mais beneficiadas graças ao uso das capacidades de InnovaRed e de sua expansão internacional mediante RedCLARA?

Tal como acontece em quase todos os países, os primeiros usuários deste serviço foram os astrônomos e os físicos de altas energias. Em particular, a Comissão Nacional de Energia Atômica, que está construindo toda sua rede com acesso local às redes avançadas em todos os pontos.

Também é importante mencionar o uso que faz a Comissão Nacional de Atividades Espaciais em suas comunicações com a NASA, ou o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária, ou mesmo o Instituto Nacional da Água, entre outros.

Particularmente, o laboratório de microscopia do departamento de física na cidade universitária da UBA, tem em funcionamento um serviço piloto de acesso remoto ao microscópio eletrônico que permite que pesquisadores de distintos lugares do país possam enviar mostras e interagir em tempo real com o operador do equipamento para conseguir os resultados buscados.

Graças à conectividade de InnovaRed e RedCLARA, a Argentina pode participar de iniciativas relevantes mundialmente, como o projeto ATLAS e os estudos desenvolvidos por Pierre Auger. Por que é tão forte a atuação de InnovaRed no que diz respeito a levar os dados da ciência argentina ao resto do mundo? Qual é a razão pela qual apostaram na busca de uma conectividade decididamente aberta ao mundo das redes avançadas e ao desenvolvimento da e-Ciência?

É uma política definida na secretaria de articulação, baseada na colaboração e na difusão do conhecimento. Pensando no aproveitamento regional da ciência com o fim de conseguir o crescimento tecnológico da região.

Quais são os usuários que mais demandam os serviços de InnovaRed e a que usuários a rede está buscando dar resposta?

Em geral, nossos usuários são exigentes, já que concebem o serviço como de excelência. Mas se devêssemos destacar a algum em particular, creio que deveríamos falar da Comissão Nacional de Atividades Espaciais, já que seus dados requerem em sua maioria de um tratamento de tempo real, e seus vínculos em geral devem ter uma disponibilidade maior que 99,9%.

Que relevância tem a conexão de InnovaRed com seus pares latino-americanos através de RedCLARA?

Creio que é o futuro. Não tínhamos muita tradição de colaboração baseada em infraestrutura de comunicações e TICs, mas graças a esforços cooperativos como RedCLARA este quadro está começando a mudar. Acredito que rapidamente teremos múltiplas comunidades científicas colaborando sobre a infraestrutura disponível na região.

Que desafios enfrenta a InnovaRed, hoje, no que diz respeito ao desenvolvimento da rede?

Estamos trabalhando muito para o desenvolvimento de serviços de valor agregado como o eduroam ou a Federação de Identidade. Também para o desenvolvimento de um serviço de streaming de vídeo e de webconference; tratam-se de ferramentas de colaboração transversais às instituições.

No que tange à rede, estamos desenvolvendo algumas redes interurbanas em Rosário, Mendoza e Chubut; desenvolvendo ainda o anel de 10GB de transporte em toda a parte central da Argentina e preparando a mudança das instalações de InnovaRed para as dependências do MINCyT.

Como vocês estão se preparando para responder às demandas futuras por capacidade de rede já olhando para o plano e-Ciência?

Estamos procurando fundos para equipar nossa troncal de 10 Gb, contemplando equipamentos com suporte de cartões de 100 GB. Também seguimos trabalhando para incorporar fibra escura às instituições, tendo em vista a possibilidade de manejar grandes volumes de dados.

Além disso, estamos incorporando equipamentos de armazenamento de vários Terabytes que permitirão dar suporte às necessidades das distintas comunidades científicas e, o que é mais importante, aproveitando os fundos que o MINCyT destinou aos distintos projetos de pesquisa.

A Argentina foi um dos primeiros países a conectar-se a RedCLARA e é um dos países da região que apresenta uma importante interação de seus pesquisadores com o restante do mundo em desenvolvimento de projetos científicos de grande envergadura. Seria possível dar continuidade a esse crescimento se não houvesse a parceria com a RedCLARA?

Definitivamente não seria possível, e a limitação imposta pela distância à colaboração entre os cientistas seria um problema sem solução.

Quais são as metas de InnovaRed para os próximos três anos?

Estamos trabalhando em três eixos fundamentais: o primeiro deles é mudar a figura jurídica de InnovaRed para alcançar maior dinamismo e melhorar os tempos de resposta aos pedidos de conectividade, criando o marco adequado para o desenvolvimento da e-Ciência. O segundo diz respeito a melhorar os custos das comunicações para alcançar capacidades superiores por custos “marginais” ou subsidiados, uma vez que, se pensamos no futuro da Ciência, devemos entregar a conectividade necessária independentemente dos orçamentos institucionais. Por último, solidificar o grupo de trabalho, a inserção do projeto no MINCyT e apoiar as comunidades científicas que são transversais às instituições de ciência e técnica.

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