A Rede Universitária Nacional (REUNA), em parceria com a EDUTIC, será a anfitriã da TICAL2015. Uma referência entre as redes acadêmicas latino-americanas e com uma das histórias mais antigas entre elas, REUNA demonstrou nos últimos anos que alcançou sua maturidade e que está preparada para enfrentar todos os desafios necessários para assegurar o desenvolvimento da Ciência, da Educação, da Inovação e da pesquisa colaborativa no Chile. Para falar sobre esse momento e também sobre as expectativas referentes à TICAL2015, conversamos com Paola Arellano, diretora executiva de REUNA.
Desde a primeira edição de TICAL, em 2011, na cidade do Panamá, até a última, realizada em Cancun, em 2014, 59 chilenos participaram da Conferência, três apresentaram trabalhos na posição de autores e um foi membro do Comitê de Programa. Em 2015, naturalmente, por serem os chilenos os “donos da casa”, dois DTI são membros desse Comitê. Olhando para estes números e considerando a experiência de REUNA nas distintas edições de TICAL, por que vocês decidiram receber a Conferência neste ano?
As universidades são sistemas muito complexos do ponto de vista da gestão de TICs, não somente nos processos em que devem sustentas, mas também pela complexidade de seus usuários: estudantes altamente demandantes de, por exemplo, tecnologias móveis; pesquisadores que requerem sistemas complexos de armazenamento, processamento, modelamento, entre outros; e autoridades que necessitam contar com informação confiável, relevante e oportuna para tomar decisões importantes para o trabalho de suas instituições. As TIC hoje não são um “convidado de pedra” na gestão universitária, mas são fundamentais para apoiar o plano de desenvolvimento ou o plano estratégico traçado para a universidade e, portanto, contar com espaços que permitam discutir essas problemáticas, sua implementação, os êxitos e os fracassos, as projeções e tendências, é fundamental. Chile não pode e nem deve estar ausente desses foros, e é por isso que REUNA, já há algum tempo, esperava ser anfitriã de TICAL.
REUNA será a anfitriã da TICAL2015 junto com a EDUTIC. Como e por que esta aliança se estabeleceu?
A vinculação entre EDUTIC e REUNA vem de alguns anos, quando a corporação foi convidada a participar do seminário EDUTIC2012. Agora novamente estamos trabalhando juntos, porque na rede acadêmica chilena estamos convencidos da importância de convocar todo o sistema universitário nacional para TICAL2015 e promover a colaboração deste com seus pares internacionais.
Em sua opinião, qual é a real importância da Conferência TICAL no contexto latino-americano?
Os países de nossa região compartilham muitos interesses e certamente temos muitas possibilidades se nos articulamos e trabalhamos juntos. Com apenas quatro anos de existência, TICAL se tornou um espaço importante, cuidando de uma necessidade latente dos diretores de TI das universidades, que é a de ter espaços aonde discutir acerca dos temas de setor, com seus pares, com os provedores de tecnologia, com os pesquisadores e com as autoridades; ou seja, um espaço próprio para olhar o sistema em toda sua complexidade e riqueza, e comparar-se, apoiar-se e avançar na busca de soluções conjuntas. Sem dúvidas, TICAL une conversas, vontades e interesses de uma região que se enriquece com sua diversidade.
REUNA está em uma etapa de franco crescimento, alcançando um posicionamento notável a nível local e também regional. Em sua opinião, quais são as bases desse crescimento?
O crescimento está baseado na construção de um projeto comum com nossos sócios. A gestão dos últimos anos esteve centrada num fortalecimento das bases de REUNA, ou seja, em nossa relação com os sócios, alianças, comunidade e entorno. Isto implica a construção de um projeto de longo prazo, que se baseie na confiança, no respeito, na colaboração e na qualidade. Entender que REUNA não é um grupo de pessoas que trabalha num escritório numa rua de Santiago, senão que é uma instituição que vai de Arica a Osorno, com presença em 12 das 15 regiões do país, formada por 30 instituições. Queremos chegar a todas as regiões e que toda instituição que trabalha com educação superior e pesquisa no Chile seja parte dessa rede de colaboração. Isto nos impulsiona a estar em constante mudança e constante melhora. Não é fácil e ainda temos um longo caminho a percorrer.
Que importância tem para você a colaboração entre pesquisadores e entre as distintas redes acadêmicas da região e do mundo? Como foi a experiência de colaboração nacional e internacional de REUNA?
A colaboração é uma ferramenta indispensável para fazer ciência e educação na atualidade. A imagem do pesquisador solitário, diante de seus instrumentos de trabalho, ficou no passado. Hoje, o intercambio de conhecimentos, a interdisciplinaridade e o compartilhamento de recursos faz parte do cotidiano do pesquisador. O mesmo acontece com as redes acadêmicas que nasceram sob o conceito de colaboração. Desde seu início, REUNA impulsionou, liderou ou participou de projetos que reúnem à comunidade nacional ou internacional sob um mesmo objetivo. Inclusive uma parte importante de nossa infraestrutura digital só se tornou possível graças à colaboração com diversas instituições.
Quais são os principais desafios de REUNA para 2015 e para os próximos dois anos?
Depois de 20 anos de gestão, esta corporação alcançou a maturidade necessária para desejar grandes metas, sendo a mais transcendente a de implementar e disponibilizar para todo o sistema de educação superior do país uma plataforma digital avançada, com fins científicos e acadêmicos. Como planejado em nosso Plano Estratégico 2014–2017, REUNA centrará seus esforços em fortalecer a colaboração com pesquisadores, docentes e estudantes através do trabalho interdisciplinar, em projetos que alavanquem a criatividade com soluções inovadoras em favor do progresso social, cultural e econômico das pessoas.
Finalmente, o que você diria aos DTI das instituições chilenas de educação e pesquisa para que participem da TICAL2015?
Recomendo que vocês participem. Não fiquem de fora! Esta conferência representa uma grande oportunidade para que as comunidades de DTI das instituições chilenas de educação superior troquem experiências com seus pares da região, conheçam propostas e soluções TIC que ajudarão a melhorar a gestão de suas casas de estudo. De outro ponto de vista, TICAL2015 também é uma interessante vitrine para as experiências chilenas em TIC que poderiam ser aplicadas em outras regiões do continente.